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Casos ARD05 - burrinha-ard

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LEÔNCIO

Quem conheceu Leôncio Gomes Pimentel, barbeiro e morando na Ladeira Cel. Marinho, há de convir que foi uma pessoa alegre, espirituosa, cuja diversão era contar casos e inventar Histórias. Imaginação igual, nunca vi!
Sua barbearia estava sempre repleta de amigos, uns para cortar cabelo, outros, para ouvir as notícias por êle contadas.
Principalmente, aos domingos, o salão onde funcionava a barbearia enchia de freguêses, a maioria pessoas da zona rural que desejava cortar cabelo ou conversar um pouco com êle.
Leôncio, conhecido de todos e filho de Alto Rio Doce, sabia como ninguém, contar piadas e fatos políticos e sociais da comunidade.
Quando, por ocasião de eleições, declarava-se a favor de um candidato, tornava-se um grande cabo eleitoral do mesmo, pois, sabia colocar em evidência os aspectos positivos do candidato e descrevia–o como a melhor das criaturas.
E era aos domingos que aproveitava para fazer seu trabalho, pois, era grande o movimento das pessoas da zona rural.
Se o candidato não era de sua preferência, inventava coisas impossíveis e conseguia convencer os presentes.
Às vezes, para amenizar o ambiente, quando tenso, contava uma piada ou um acontecimento pitoresco de que tivera conhecimento.
Falou, certa vez, que era um hábito seu e de alguns amigos ficarem até tarde da noite jogando cartas em casa de um deles.
Uma noite, eles jogaram até de madrugada, na casa de um amigo que morava na Praça do Fórum (hoje Praça Dr. Miguel Batista Vieira) e, quando notaram, eram três horas.
Decidiram então parar o jogo e sairam juntos ele e um amigo que morava no Caxangá.
Naquela época, estava sendo construido o Grupo Escolar “Raul Soares”.
Vinham os dois pela rua quando viram uma pessoa sair do local de construção do Grupo Escolar carregando uma porta.
Os dois procuraram acompanhá-la pelas ruas, sem que fossem notados.
Quando ela chegou no Caxangá e se dirigia para a Rua Bias Fortes, o amigo de Leôncio gritou: “Ladrão! Ladrão!”
A pessoa deixou cair ao chão a porta e saiu correndo pela rua em direção aos Pereiras. Então, êle pegou a porta pôs sobre os ombros e disse a Leôncio: “Foi bom ! Eu estava precisando de uma porta para fechar um cômodo que fiz là em casa. Foi muito Bom! Despediu-se de Leôncio e se dirigiu a sua casa, levando a porta às costas e repetindo: “Foi bom, foi muito bom!”

Autor Desconhecido
Texto enviado por
Lucio Flavio Couto Moreira


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